quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Esvaziando,

Caminhando sobre pedras, ouço os barulhos de asas de uma borboleta, vou tornando menos matéria e mais ar. Não adianta fingi que nada está acontecendo, quando estou aqui esperando que o tempo volte.

Fico imaginando meus atos no sentido anti-horário do tempo; querendo focalizar meu olhar em algo concreto. Para não mais focalizar, no infinito o vazio.

Ainda sinto o vento na pele, mas vamos nos tornando um só; cada vez mais e mais. Há uma válvula de escapa em alguma parte de meu corpo, estou esvaziando sem poder evitar. Não me sinto mais vazia, aliás não sinto mais nada. Meus pensamentos vão saindo de mim. E continuo andando, enquanto meu corpo ainda obedece este comando.

E não demora muito para parar de vez. Deito-me sobre a grama, e fico a observar o céu. Ele estava tão diferente do que costumava ser. Era mais brilhante e ao menos tempo mais calmo, suave. O vento forte levava partes de mim. Eu ia me perdendo. Esvaziando até desaparecer.

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